Olá. Já há mais três semanas que trabalho nessa composição, poeticamente perambulando entre acordes, melodias e profundas reflexões.
Essa oficialmente, pelo menos para mim, é a música mais triste que já compus, sobretudo pela motivação ou sentimentos em sua elaboração.
É uma composição em homenagem póstuma a minha querida avó materna Zunária, que partiu a menos de cinco meses, e uma reflexão sobre esse crítico período sombrio de pandemia que vivemos e da própria morte, nosso inevitável fim - pode ser precoce, distante, doloroso, rápido, mas ocorrerá.
Goodbye é uma música dramática, introspectiva, sensível e lamentosa; um choro externado. E esse foi o título mais justo e preciso, "goodbye", afinal trata-se de um conjunto de som de despedida a quem amamos ou a nossa própria existência e isso é tão profundo quanto o oceano, ou melhor, o universo.
O instrumento predominante é o piano, um VST novo para mim, o "Emotional Piano" que traz uma ótima sonoridade e suavidade. Inicialmente tentei adicionar violão, mas por recomendação do amigo Marcos Caraíba, o exclui, focando apenas nos violinos, celos, trompetes, trombones, tuba, e claro, mais timbres de piano e sons angelicais com o VST Nexus.
Para produção do vídeo utilizei imagens livres do youtube. As imagens de avião ou drone voando entre nuvens estava apenas em HD, então as redimensionei adicionando barras pretas superiores e inferiores, simulando tela de cinema, e por fim resolvi adicioná-las nas demais. Sem dúvida, são as mais belas do vídeo coincidindo propositadamente com a parte mais sensível da música.
Poderia deixar a música mais enxuta, com cerca de três minutos, mas fiz questão de repetir refrão melódico e adicionar violinos 'soltos' no final, por assim dizer.
Atualização: editei o video e o repostei apenas para adicionar ao final o nome de minha avó Zunaria Maria C. Cruz, dedicando oficialmente a composição a memória dela e de todas as vidas perdidas na pandemia de COVID-19. Foi realmente uma música composta, como disse, nesse mar revolto de distanciamento social, perdas e tenebrosos receios.
Claro, não poderia faltar o remix. Esse fiz utilizando um FLP compartilhado, uma base trance livre. Embora não tenha conseguido reproduzir uma baseline fiel e com timbre mais preciso e impactante como corriqueiramente utilizado no Goatrance, ficou aceitável, animado e bem melódico, como queria.
Para vídeo também utilizei imagens livres do youtube com devidos créditos e um cuidado especial com a sincronia da batida e imagem.
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Obrigado.
Reflexão:
Para quem se vai, cessa-se a dor - o que pode ser também um pequeno alento a quem ficou.
Para quem se vai, interrompe-se o tempo, as possibilidades de todos os aspectos da vida, suas reais interações, suas descobertas, lugares, prazeres, felicidade, momentos. É um fim tão triste, principalmente para quem não teve tantos instantes de felicidade, alegria, descobrimentos.
Para quem se vai, abraça-se a inconsciência eterna, sem retorno, sem recuperação.
Para quem fica, fica a incumbência natural de carregar as memórias. Elas minimizam a dor da separação perene.
Para quem fica, restam os bons momentos vividos, compartilhados, os sorrisos, conversas triviais, o som da voz ecoando na sala.
Esses fragmentos no tempo e espaço são resgatados e, como um comprimido para dor, aliviam parcialmente a ausência do ente querido. Claro, resolvemos momentaneamente o efeito, mas não a causa, que é a morte. A pessoa se foi e não há nada que possamos fazer, inclusive também no nosso caso: todos iremos um dia.
Descanse em paz, querida vó Zunária.
Não mais dor, não mais angústia, apenas descanso.
Continuarás viva no espaço tempo de nossos corações.
