segunda-feira, 21 de maio de 2018

JORNADA DO HERÓI - ISBN - RECOMENDAÇÕES AOS ESCRITORES

Escrever exige tempo, disciplina, sacrifício, pesquisa, paciência e criatividade, em contrapartida, proporciona eventual prazer, crescimento intelectual e algum reconhecimento (dada uma série de fatores positivos).

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São quase dois meses sem publicar algo aqui devido ao intenso trabalho diário no meu livro "O fim e um recomeço - 2118". Produzindo a média de duas páginas por dia, minha meta está sendo cumprida à risca. Finalizarei o livro agora em junho. Atualmente estou na página 152 - não restam muitas para chegar até as 210.

Reservei um tempo para elaborar esse pequeno artigo para você que, assim como eu, está começando a escrever. Para você, escritor(a) veterano(a), trata-se apenas de lembretes elementares; ainda assim revisitá-los não seria perda de tempo.


Joseph John Campbell (1904 — 1987), antropólogo e escritor publicou o livro "The Hero with a Thousand Faces" em 1949, no qual explicita a estrutura geral da jornada cíclica de um herói, presente nos grandes mitos, o monomito: o personagem recebe um chamado para uma missão, enfrenta estágios, provas, sozinho ou com ajuda, deve sobreviver a um desafio grave, alcança um grande presente que pode ser o auto-conhecimento, por fim decide voltar com a benção (o retorno ao mundo comum), enfrentando desafios na viagem de regresso e utiliza o presente para melhorar o mundo (a aplicação da benção).

JORNADA DO HERÓI - VETORIZAÇÃO: MIGUEL SOUTO


Os Estágios basicamente são: Partida, Descida e Retorno. Essa estrutura é aplicada em mitos, em contos, e inclusive em roteiros de renomados filmes como Star Wars, Matrix e Wanted.

Não é algo obrigatório - aliás, nenhuma técnica de escrita o é (felizmente a arte nos dá total liberdade criativa). Entretanto, é preciso atentar-se para padrões consagrados, estratégias eficientes no universo literário; assim podemos aplicar pelo menos alguns elementos na narrativa. 

Sem delongar mais, vamos às recomendações:

1° - Utilize a jornada do herói, ou parte dela. Por que é importante? Assim como no cinema, o personagem que sofre, passa por transformação e atinge ou não seu objetivo, causa empatia. Há maior identificação do público quando um personagem comum, com dilemas comuns e rotineiros como os seus, é levado numa aventura, transformando-se durante o processo (mesmo que entre em óbito no final!) - risos.

2° - Utilize diálogos. A história torna-se dinâmica quando o personagem fala. Adoro diálogos: a personalidade e a complexidade das relações podem ser apresentadas de modo tão natural e divertido. Entretanto, é preciso cautela pois os diálogos existem para dois únicos propósitos: mostrar características do personagem e avançar a história. Use-o com moderação. A propósito: o autor precisa sumir de vez em quando e deixar suas criações "brigarem"! - risos.

3° - Mostre, não conte (Show, don't tell). Apresente a história objetivamente, incitando a imaginação do leitor, sem necessariamente imprimir sua percepção a todo momento com utilização de adjetivos. 

Exemplo 1 - "A mulher ficou nervosa diante da arma do assaltante." 
Exemplo 2 - "As mãos frias da mulher tremiam, seu coração palpitava forte diante da arma do assaltante" .

No exemplo 2, o autor não utiliza a expressão "nervosa", apresenta características que demonstram seu estado. A vantagem dessa técnica é permitir que o leitor participe da ação, faça sua interpretação pessoal através de uma linguagem direta, não subjetiva. Descreva a sensualidade da mulher, seu modo de sentar, de olhar, não diga apenas que ela é sexy, descreva  as rosas e a grama cortada, não diga apenas que o jardim é belo.

 4° - Registro de ISBN e Ficha Catalográfica - Após revisar e registrar devidamente seu livro na Biblioteca Nacional, como já mencionado em outro artigo, é preciso registro do ISBN (International Standard Book Number) que basicamente é um sistema internacional que identifica os livros segundo título, autor, país, algo como nosso CPF. Ele é composto de 13 dígitos. 


Para fazer o registro ISBN clique aqui e acesse o site da Agência Brasileira do ISBN.

Ficha Catalográfica basicamente são dados como nome da editora e do autor, ano de publicação, ISBN e assunto dispostos no verso da folha de rosto ou na última página de um livro, e é obrigatória (Lei 10.753 de 2003), seguindo um padrão internacional, Cataloging-in-Publication – CIP.

Para fazer o registro Catalográfico clique aqui e acesse o site Câmara Brasileira do Livro. 

Para o ISBN é preciso fazer o cadastro de editor como pessoa física ou jurídica, com custo de R$ 270,00 e solicitar o ISBN da obra com custo de R$ 53,00 ( R$ 20,00 pelo número ISBN e R$ 33,00 pelo envio de arquivo JPG com código de barras).

Para a ficha catalográfica é preciso se cadastrar e preencher requerimento no referido site com custo de R$ 127,00.

Vale ressaltar que esse processo é aplicado em publicações independentes. Caso você tenha contrato com editora naturalmente ela assumirá todo ônus financeiro e burocrático.

Essas são as recomendações de hoje. Brevemente trarei outros artigos, inclusive trarei as novidades durante todo o processo de registro no final do ano. Voltarei agora a minha produção literária, pois com disse, é necessário seguir criteriosamente o cronograma.   

Texto e pesquisa: 
Miguel Souto