WRITE - PIXABAY |
São quase dois meses sem publicar algo aqui devido ao intenso trabalho diário no meu livro "O fim e um recomeço - 2118". Produzindo a média de duas páginas por dia, minha meta está sendo cumprida à risca. Finalizarei o livro agora em junho. Atualmente estou na página 152 - não restam muitas para chegar até as 210.
Reservei um tempo para elaborar esse pequeno artigo para você que, assim como eu, está começando a escrever. Para você, escritor(a) veterano(a), trata-se apenas de lembretes elementares; ainda assim revisitá-los não seria perda de tempo.
Joseph John Campbell (1904 — 1987), antropólogo e escritor publicou o livro "The Hero with a Thousand Faces" em 1949, no qual explicita a estrutura geral da jornada cíclica de um herói, presente nos grandes mitos, o monomito: o personagem recebe um chamado para uma missão, enfrenta estágios, provas, sozinho ou com ajuda, deve sobreviver a um desafio grave, alcança um grande presente que pode ser o auto-conhecimento, por fim decide voltar com a benção (o retorno ao mundo comum), enfrentando desafios na viagem de regresso e utiliza o presente para melhorar o mundo (a aplicação da benção).
JORNADA DO HERÓI - VETORIZAÇÃO: MIGUEL SOUTO |
Os Estágios basicamente são: Partida, Descida e Retorno. Essa estrutura é aplicada em mitos, em contos, e inclusive em roteiros de renomados filmes como Star Wars, Matrix e Wanted.
Não é algo obrigatório - aliás, nenhuma técnica de escrita o é (felizmente a arte nos dá total liberdade criativa). Entretanto, é preciso atentar-se para padrões consagrados, estratégias eficientes no universo literário; assim podemos aplicar pelo menos alguns elementos na narrativa.
Sem delongar mais, vamos às recomendações:
1° - Utilize a jornada do herói, ou parte dela. Por que é importante? Assim como no cinema, o personagem que sofre, passa por transformação e atinge ou não seu objetivo, causa empatia. Há maior identificação do público quando um personagem comum, com dilemas comuns e rotineiros como os seus, é levado numa aventura, transformando-se durante o processo (mesmo que entre em óbito no final!) - risos.
2° - Utilize diálogos. A história torna-se dinâmica quando o personagem fala. Adoro diálogos: a personalidade e a complexidade das relações podem ser apresentadas de modo tão natural e divertido. Entretanto, é preciso cautela pois os diálogos existem para dois únicos propósitos: mostrar características do personagem e avançar a história. Use-o com moderação. A propósito: o autor precisa sumir de vez em quando e deixar suas criações "brigarem"! - risos.
3° - Mostre, não conte (Show, don't tell). Apresente a história objetivamente, incitando a imaginação do leitor, sem necessariamente imprimir sua percepção a todo momento com utilização de adjetivos.
Exemplo 1 - "A mulher ficou nervosa diante da arma do assaltante."
Exemplo 2 - "As mãos frias da mulher tremiam, seu coração palpitava forte diante da arma do assaltante" .
No exemplo 2, o autor não utiliza a expressão "nervosa", apresenta características que demonstram seu estado. A vantagem dessa técnica é permitir que o leitor participe da ação, faça sua interpretação pessoal através de uma linguagem direta, não subjetiva. Descreva a sensualidade da mulher, seu modo de sentar, de olhar, não diga apenas que ela é sexy, descreva as rosas e a grama cortada, não diga apenas que o jardim é belo.
4° - Registro de ISBN e Ficha Catalográfica - Após revisar e registrar devidamente seu livro na Biblioteca Nacional, como já mencionado em outro artigo, é preciso registro do ISBN (International Standard Book Number) que basicamente é um sistema internacional que identifica os livros segundo título, autor, país, algo como nosso CPF. Ele é composto de 13 dígitos.
Para fazer o registro ISBN clique aqui e acesse o site da Agência Brasileira do ISBN.
Ficha Catalográfica basicamente são dados como nome da editora e do autor, ano de publicação, ISBN e assunto dispostos no verso da folha de rosto ou na última página de um livro, e é obrigatória (Lei 10.753 de 2003), seguindo um padrão internacional, Cataloging-in-Publication – CIP.
Para fazer o registro Catalográfico clique aqui e acesse o site Câmara Brasileira do Livro.
Para o ISBN é preciso fazer o cadastro de editor como pessoa física ou jurídica, com custo de R$ 270,00 e solicitar o ISBN da obra com custo de R$ 53,00 ( R$ 20,00 pelo número ISBN e R$ 33,00 pelo envio de arquivo JPG com código de barras).
Para a ficha catalográfica é preciso se cadastrar e preencher requerimento no referido site com custo de R$ 127,00.
Para a ficha catalográfica é preciso se cadastrar e preencher requerimento no referido site com custo de R$ 127,00.
Vale ressaltar que esse processo é aplicado em publicações independentes. Caso você tenha contrato com editora naturalmente ela assumirá todo ônus financeiro e burocrático.
Essas são as recomendações de hoje. Brevemente trarei outros artigos, inclusive trarei as novidades durante todo o processo de registro no final do ano. Voltarei agora a minha produção literária, pois com disse, é necessário seguir criteriosamente o cronograma.
Texto e pesquisa:
Miguel Souto