domingo, 10 de maio de 2015

SÉRIE DAREDEVIL (DEMOLIDOR) - CRÍTICA

Sinopse:

Matthew Michael Murdock (Charlie Cox) torna-se cego após um acidente e desenvolve vários sentidos. Logo leva uma vida dupla: é advogado durante o dia, e pela noite, protege as ruas de Hell's Kitchen, seu bairro em Nova York.



Daredevil
FONTE: TRILHA

Dados Técnicos:


Série originária dos EUA, criada por Drew Goddard.

Estreou em Abril de 2015.

A Primeira temporada compreende 13 episódios de 52 a 60 minutos.

A série é produzida pela Marvel Television junto a ABC Studios para a Netflix (primeira original Marvel na Netflix).

No elenco temos Charlie Cox, Vincent D'Onofrio e outros. 

Na produção executiva temos Steven S. DeKnight e Drew Goddard.

Na direção, Steven DeKnight, que dirigiu Smallville.




Crítica:


A seguir texto com spoiler elaborado para você que já assistiu a série.

Essa é uma série sobre um simples homem cego que após treinamento, combate crimes e que tenta eliminar o chefe de uma máfia, não de um herói com poderes especiais, eliminando a maldade.

Críticos afirmam que a série é fiel aos quadrinhos. Não posso ratificar ou refutar, pois não li nada a respeito, mas não há quase nada comparado ao filme "Demolidor - o homem sem medo" de 2003, com Ben Affleck e dirigido por Mark Steven Johnson, o que é desconfortante. Muitos não apreciam este referido filme, mas a série não apresenta elementos de ficção presentes nele.

O herói luta bem, mas sofre diversas vezes e quase morre - isso torna a história mais realista e viril, mas nada visualmente atraente e explicado. 

Como ele se esquiva de golpes? Como sai pela janela do apartamento da namorada pulando escadarias tão facilmente, sendo cego?

Evidente que ele possui sentidos aprimorados, mas como detectar obstáculos ou se desviar de projéteis?





Sobre o elenco: 


A trama principal envolve o personagem Matt Murdock (Charlie Cox), o amigo advogado Foggy Nelson (interpretado por Elden Henson), que participou brilhantemente de "Efeito Borboleta" de 2004), sua primeira cliente que se torna secretária Karen (atriz Deborah Ann Woll), sua "quase" namorada enfermeira Claire (atriz Rosario Dawsone) e seu grande rival, Fisck (interpretado por Vincent D'Onofrio).

Cox convence sendo o demolidor, demonstrando angústia e sarcasmo, mas não é o destaque das atuações. 

O ator Henson, melhor amigo, carrega muito bem seu papel, trazendo humor e sinceridade. Toda vez que o vejo, só lembro do personagem Lenny Kagan de Efeito Borboleta. 

Ann Woll (secretária) trabalha razoavelmente bem, demonstrando ingenuidade e prestatividade.

Dawsone ('namorada' de Matt) brilha significativamente na tela, demonstrando compaixão e amor pelo protagonista (pena que não tem maior tempo pra aprofundar seu personagem e se revelar, pois é uma boa atriz). 

O segundo maior destaque da série é Ayelet Zurer (Vanessa, namorada de Wilson Fisk). O sentimento verdadeiro exposto, sua dedicação, sua sensibilidade, sua entrega completa é nítida na tela. Sua presença em tela é bela (sim, embora tenha nascido no ano que pisamos na Lua - 1969 - a atriz conserva sua beleza). Sua atuação é cativante e nos motiva. Sabemos que ela ama incondicionalmente Fisk, mesmo sendo este um monstro.

Já o primeiro maior destaque da série é do ator com a cabeça raspada Vincent D'Onofrio - cheguei a torcer e ter piedade do solitário vilão. O histórico da infância do mesmo é super bem desenvolvido e sua presença é intimidadora (até na voz), cruel, mas irônica e simultaneamente serena, reflexiva e piedosa.

Ele arranca literalmente a cabeça de um rival batendo a porta do carro (nunca vi esse absurdo! - ri e me impressionei), porém, ele chora quando Vanessa é envenenada e corre risco de morte, pois nutre um sublime sentimento e abre-se sempre com ela.





Sobre a história:


Matt busca vingar a morte do pai e destruir vilões pela noite, incluindo a máfia oriental e Fisk, enquanto tenta sobreviver com o amigo montando uma empresa de advocacia. Essa união com o amigo é super legal e funciona, inclusive quando estes brigam por causa do segredo de Matt. Nesse ponto torcemos pelo retorno da amizade. 

O vínculo com a secretária também funciona, pois esta foi a primeira cliente deles e trabalha voluntariamente.

Há sub-tramas como o jornalista Ben e Ann Woll, a máfia oriental de tráfico humano, o velho que ensinou Matt, o Padre conselheiro, mas, como mencionei, a sub-história de Fisk e Vanessa é a mais interessante da série.




Pontos positivos da série: 


As lutas são realistas, há um senso de fragilidade do personagem, bom desenvolvimento na carreira de advocacia, linguagem técnica bem delineada, interessantes conflitos nas relações amistosas e boa apresentação da infância do vilão.




Pontos negativos da série: 


Falta de explicação visual das habilidades de locomoção e luta.

Quase não há efeito visual. Não há bullet-time, altos frames por segundo, giro de câmera, visão de "eco-localização" em primeira pessoa, como em "Demolidor". 

Ação contida e sem excessos de sangue: por se tratar da Netflix, poderia ter classificação 18 anos e não 16. 

A introdução (para exibição dos créditos iniciais) é demorada.

Há diálogos longos e cansativos, um exemplo é uma cena onde o protagonista conversa com um padre.




Resumo/Conclusão: 


Marvel's Daredevil é uma boa série sobre vingança, aspectos judiciários, amizade, segredos, lutas, limitações, tem um ótimo vilão, mas não possui quase nenhum efeito visual e é contida na ação e sangue, pois tem classificação 16 anos. 

Recomendo, mas com ressalvas. Sinceramente não me surpreendeu, nem igualou a expectativa. 

Esperava assistir "O Demolidor" de 2003 numa versão muito mais agressiva e visualmente inovadora. 

Em todo caso, vale a pena conferir. Já assisti toda a primeira temporada. 

Deixe seu comentário a respeito. 


Thanks.


Texto e pesquisa:
Miguel Souto

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